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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

ENTREVISTA DE NAKAZAWA MOTOKI E KOBAYASHI TORANOSUKE PARA O CANAL TV TOKYO (PARTE 1)

Mais uma entrevista com os atores de Hidamari ga Kikoeru, desta vez publicada no site do próprio canal que exibe o dorama, o TV Tokyo. Estando o original em duas partes, resolvi separar a tradução também. Tentarei publicar a parte dois amanhã. Caso queiram tentar ler em japonês, o link está aqui. As fotos são todas do site, claro. A entrevista foi feita dia 3 de julho.

 

NAKAZAWA MOTOKI X KOBAYASHI TORANOSUKE PROTAGONIZANDO JUNTOS “COMO JÁ TÍNHAMOS CONSTRUÍDO UMA RELAÇÃO, SENTI-ME SEGURO” “EU CONFIO NELE DESTA VEZ TAMBÉM”

 

Hidamari ga Kikoeru, da faixa Dorama NEXT (todas as quartas-feiras, 0h30). Uma incerta história de amor humana, embora dolorosa, entre um estudante universitário com deficiência auditiva e seu colega que se voluntaria para ser seu anotador em classe. Entrevista com os protagonistas, Nakazawa Motoki e Kobayashi Tonarosuke!

 

“Como já tínhamos construído uma relação, senti-me seguro”

 

- Vocês já tinham trabalhado juntos antes, e agora vão ser protagonistas pela primeira vez juntos em um dorama com transmissão terrestre. O que estão sentido em relação a esse protagonismo?

 

Nakazawa: Estou muito emocionado por poder protagonizar com o Tora. Há a ansiedade por ser minha primeira vez protagonizando um dorama, mas, como já tinha me dado bem com ele na outra obra que fizemos juntos e tínhamos construído uma relação, sinto-me seguro.

 

Kobayashi: O que eu senti ao conseguir, a partir do ano passado, trabalhar com pessoas famosas em papéis centrais foi que o exemplo delas era muito legal. Além da pressão por ser protagonista, há também muitas responsabilidades e deveres. Achava que para mim isso ainda era algo impossível, porém, conforme fui acumulando trabalhos, passei a pensar que talvez acontecesse alguma transformação em mim caso tivesse uma experiência como protagonista e foi nesse período que recebi esta história de agora.

Quando ficou decidido que eu protagonizaria a novela, consultei também o Suzuki Ryohei (Suzuki foi protagonista do dorama Gekokujo Kyuji, em que Kobayashi atuou). Construir uma atmosfera boa no set de gravações em que todos nos esforcemos para fazer esta obra é o meu desejo.

 

- Qual conselho você recebeu do Suzuki Ryohei?

 

Kobayashi: Isso é segredo (risos). Ele mostrou-me sua postura enquanto protagonista no set em que trabalhamos. Ele é amado por todo mundo em todos os lugares que vai, então, enquanto me lembro desses seus modos, quero poder me tornar como ele. Quero ser um protagonista que consegue liderar o set com um clima bom e também me esforçar na atuação.

 

- Vocês reforçaram a impressão que tinham um do outro no set de filmagem desta obra? Há algo que tenham percebido?

 

Nakazawa: Desta vez, o Tora está animando o set enquanto intérprete do Taichi. No nosso outro trabalho, eu comentei que, ao vê-lo junto com todo mundo, ele não parecia ser alguém mais velho, então essa impressão de que ele é uma pessoa que passa uma sensação diferente no set a depender do papel em que atua é uma descoberta nova.

 

Kobayashi: Desde nosso último trabalho juntos eu já tenho pensado que o Motoki é alguém sério. O Kouhei desta obra que ele está interpretando é um papel difícil de um portador de deficiência auditiva, mas parece que ele foi a vários lugares a fim de construir seu papel e, por isso, estou confiando nele agora também. É por ele apresentar esse lado que eu também sou grato.

 


- Em que parte dele você sente a seriedade?

 

Kobayashi: Ele é sempre sério. Quando tenho tempo livre, fico pensando em como posso guardar minhas energias, mas o Motoki fica fazendo coisas tipo ler o roteiro. Eu acho impressionante.

 

Nakazawa: Tanto na obra anterior quanto nesta, eu vejo o Tora através de seus personagens, então mesmo agora ainda estou tentando descobrir como ele é na realidade. Acho que seu eu verdadeiro é aquele que aparece dentro do micro-ônibus usado por nós para irmos aos locais de gravação (risos).

 

Kobayashi: Mas no ônibus eu fico dormindo na maior parte do tempo (risos).

 

Nakazawa: Eu também já pensei que embora anime o set de filmagens, na realidade ele é alguém normalmente calmo. Quero ver como seria quando está em casa ou com amigos próximos. Como você é?

 

Kobayashi: Talvez eu não fale muito (risos). No set de gravações atual, eu faço um esforço consciente para conversar com todo mundo, mas, se fosse para escolher, diria que minha essência é mais próxima do Kouhei que do Taichi. Porém, como eu acho que seria ruim se as pessoas vissem essa minha essência no Taichi, eu fico alongando no set esse ponto alegre dentro de mim. Por isso eu falo que estou cansado quando estamos voltando no ônibus após o fim das filmagens (risos).

 


- O que você faz para retirar esse cansaço?

 

Kobayashi: Eu durmo, basicamente!

 

- Sobre o que vocês conversam quando estão juntos?

 

Nakazawa: No momento, nós conversamos bastante sobre esta obra, né? Acho que nós nunca conversamos muito sobre nossos hobbies. Você gosta do quê, Tora?

 

Kobayashi: Videogames.

 

Nakazawa: Nós dois temos como ponto em comum gostarmos de esportes, né?

 

Kobayashi: É verdade. Ah, ultimamente eu tenho me interessado por produtos de beleza! Neste set de gravações, todos os dias eu uso máscaras faciais, vaporizadores faciais e eles me deixam usar também outras máquinas de tratamento de beleza. Em casa eu sempre lavo o rosto e uso a máscara. É bom usá-la todos os dias de manhã e de noite.

 

Nakazawa: Você fala isso toda hora, né?

 

Kobayashi: E mesmo assim, nasceu uma espinha em mim. Fiquei chocado (risos).

 

Nakazawa: Por influência sua, eu também comecei a usar máscaras faciais (risos).

 

Usando na obra as histórias que ouviram de pessoas com deficiência auditiva

 


- O Nakazawa interpreta Sugihara Kouhei, um estudante universitário com deficiência auditiva, e o Kobayashi interpreta Sagawa Taichi, um estudante universitário que conhece Kouhei ao se voluntariar para ser anotador, que é quando você escreve o conteúdo das aulas para alunos que têm impedimentos auditivos. De que forma vocês se prepararam para esses papéis?

 

Nakazawa: Antes das gravações iniciarem, eu recebi a oportunidade de ouvir histórias de pessoas com deficiência auditiva, e escutei várias coisas, inclusive relatos tristes. Como parece que o nível de audição varia conforme a pessoa, eu construí o personagem lendo o roteiro e a obra original e comparando a situação do Kouhei com as histórias que ouvi.

 

Kobayashi: O Taichi tem uma personalidade fundamentalmente animada, mas esse “fundamentalmente” é difícil de transmitir. Se fosse um personagem sombrio, teria como construí-lo a partir do fato de todos nós já termos passado por situações em que fomos machucados. Por isso, entrando no set de gravações, eu tentava ser alegre como o Taichi.

 


- Não apenas Nakazawa, como também Kobayashi escutaram antes das gravações histórias de pessoas com deficiência auditiva. Há algo que vocês têm usado na hora de atuar? Ou há algo a que vocês têm dado atenção nestes momentos?

 

Nakazawa: Falaram-me que os sons que normalmente ouço não são ouvidos ou então são difíceis de ouvir, como se houvesse criptografia misturada na forma de escutar as coisas. Eu tenho atuado mantendo isso em mente. Só que quando ouço um som alto, acabo reagindo por reflexo e isso não é o Kouhei, né? Por isso, quando há um som alto, tenho buscado atuar com reação de perplexidade, não sabendo de onde o som veio.

 

Kobayashi: De acordo com as histórias que ouvi de quem tem deficiência auditiva, há tanto pessoas que têm mais facilidade para ouvir sons altos, quanto pessoas que têm mais facilidade para ouvir sons baixos, variando conforme cada um. Como para o Kouhei é a voz do Taichi que é fácil de ouvir, eu achei que poderia manter minha voz no tom natural. Porém, como há uma fala do Kouhei em que ele diz que é difícil escutar vozes que estão atrás dele, eu conscientemente falo posicionando-me onde o Kouhei possa ver a boca do Taichi.

 

Nakazawa: Quando encontrei a autora Fumino Yuki antes do início das gravações, ela pediu-me para não retratar pessoas com deficiência auditiva como se fossem dignos de pena. Eu também penso dessa forma, e todo mundo envolvido com este dorama tem essa consciência. Seria bom se esta obra se tornasse uma oportunidade para as pessoas descobrirem o que é ter dificuldade auditiva.

 

Na segunda parte, serão abordadas coisas como o que eles estão ansiosos por gravar.



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