Mais
uma entrevista com os atores de Hidamari ga Kikoeru, desta vez publicada
no site do próprio canal que exibe o dorama, o TV Tokyo. Estando o original em
duas partes, resolvi separar a tradução também. Tentarei publicar a parte dois
amanhã. Caso queiram tentar ler em japonês, o link está aqui. As fotos são
todas do site, claro. A entrevista foi feita dia 3 de julho.
NAKAZAWA MOTOKI X
KOBAYASHI TORANOSUKE PROTAGONIZANDO JUNTOS “COMO JÁ TÍNHAMOS CONSTRUÍDO UMA
RELAÇÃO, SENTI-ME SEGURO” “EU CONFIO NELE DESTA VEZ TAMBÉM”
Hidamari ga Kikoeru, da faixa Dorama NEXT (todas as
quartas-feiras, 0h30). Uma incerta história de amor humana, embora dolorosa,
entre um estudante universitário com deficiência auditiva e seu colega que se voluntaria para ser seu anotador em classe. Entrevista com os
protagonistas, Nakazawa Motoki e Kobayashi Tonarosuke!
“Como já tínhamos construído uma
relação, senti-me seguro”
- Vocês já tinham trabalhado juntos
antes, e agora vão ser protagonistas pela primeira vez juntos em um dorama com
transmissão terrestre. O que estão sentido em relação a esse protagonismo?
Nakazawa: Estou muito emocionado por poder
protagonizar com o Tora. Há a ansiedade por ser minha primeira vez protagonizando
um dorama, mas, como já tinha me dado bem com ele na outra obra que fizemos
juntos e tínhamos construído uma relação, sinto-me seguro.
Kobayashi: O que eu senti ao conseguir, a
partir do ano passado, trabalhar com pessoas famosas em papéis centrais foi que
o exemplo delas era muito legal. Além da pressão por ser protagonista, há
também muitas responsabilidades e deveres. Achava que para mim isso ainda era
algo impossível, porém, conforme fui acumulando trabalhos, passei a pensar que
talvez acontecesse alguma transformação em mim caso tivesse uma experiência
como protagonista e foi nesse período que recebi esta história de agora.
Quando ficou decidido que eu
protagonizaria a novela, consultei também o Suzuki Ryohei (Suzuki foi
protagonista do dorama Gekokujo Kyuji, em que Kobayashi atuou).
Construir uma atmosfera boa no set de gravações em que todos nos esforcemos
para fazer esta obra é o meu desejo.
- Qual conselho você recebeu do
Suzuki Ryohei?
Kobayashi: Isso é segredo (risos). Ele
mostrou-me sua postura enquanto protagonista no set em que trabalhamos. Ele é
amado por todo mundo em todos os lugares que vai, então, enquanto me lembro
desses seus modos, quero poder me tornar como ele. Quero ser um protagonista
que consegue liderar o set com um clima bom e também me esforçar na atuação.
- Vocês reforçaram a impressão que
tinham um do outro no set de filmagem desta obra? Há algo que tenham percebido?
Nakazawa: Desta vez, o Tora está animando o
set enquanto intérprete do Taichi. No nosso outro trabalho, eu comentei que, ao
vê-lo junto com todo mundo, ele não parecia ser alguém mais velho, então essa
impressão de que ele é uma pessoa que passa uma sensação diferente no set a
depender do papel em que atua é uma descoberta nova.
Kobayashi: Desde nosso último trabalho
juntos eu já tenho pensado que o Motoki é alguém sério. O Kouhei desta obra que
ele está interpretando é um papel difícil de um portador de deficiência
auditiva, mas parece que ele foi a vários lugares a fim de construir seu papel
e, por isso, estou confiando nele agora também. É por ele apresentar esse lado
que eu também sou grato.
- Em que parte dele você sente a
seriedade?
Kobayashi: Ele é sempre sério. Quando tenho
tempo livre, fico pensando em como posso guardar minhas energias, mas o Motoki
fica fazendo coisas tipo ler o roteiro. Eu acho impressionante.
Nakazawa: Tanto na obra anterior quanto nesta,
eu vejo o Tora através de seus personagens, então mesmo agora ainda estou
tentando descobrir como ele é na realidade. Acho que seu eu verdadeiro é aquele
que aparece dentro do micro-ônibus usado por nós para irmos aos locais de
gravação (risos).
Kobayashi: Mas no ônibus eu fico dormindo na
maior parte do tempo (risos).
Nakazawa: Eu também já pensei que embora
anime o set de filmagens, na realidade ele é alguém normalmente calmo. Quero
ver como seria quando está em casa ou com amigos próximos. Como você é?
Kobayashi: Talvez eu não fale muito (risos).
No set de gravações atual, eu faço um esforço consciente para conversar com
todo mundo, mas, se fosse para escolher, diria que minha essência é mais
próxima do Kouhei que do Taichi. Porém, como eu acho que seria ruim se as
pessoas vissem essa minha essência no Taichi, eu fico alongando no set esse
ponto alegre dentro de mim. Por isso eu falo que estou cansado quando estamos
voltando no ônibus após o fim das filmagens (risos).
- O que você faz para retirar esse
cansaço?
Kobayashi: Eu durmo, basicamente!
- Sobre o que vocês conversam
quando estão juntos?
Nakazawa: No momento, nós conversamos bastante
sobre esta obra, né? Acho que nós nunca conversamos muito sobre nossos hobbies.
Você gosta do quê, Tora?
Kobayashi: Videogames.
Nakazawa: Nós dois temos como ponto em
comum gostarmos de esportes, né?
Kobayashi: É verdade. Ah, ultimamente eu
tenho me interessado por produtos de beleza! Neste set de gravações, todos os
dias eu uso máscaras faciais, vaporizadores faciais e eles me deixam usar
também outras máquinas de tratamento de beleza. Em casa eu sempre lavo o rosto
e uso a máscara. É bom usá-la todos os dias de manhã e de noite.
Nakazawa: Você fala isso toda hora, né?
Kobayashi: E mesmo assim, nasceu uma espinha
em mim. Fiquei chocado (risos).
Nakazawa: Por influência sua, eu também
comecei a usar máscaras faciais (risos).
Usando na obra as histórias que
ouviram de pessoas com deficiência auditiva
- O Nakazawa interpreta Sugihara
Kouhei, um estudante universitário com deficiência auditiva, e o Kobayashi
interpreta Sagawa Taichi, um estudante universitário que conhece Kouhei ao se
voluntariar para ser anotador, que é quando você escreve o conteúdo das aulas
para alunos que têm impedimentos auditivos. De que forma vocês se prepararam
para esses papéis?
Nakazawa: Antes das gravações iniciarem, eu
recebi a oportunidade de ouvir histórias de pessoas com deficiência auditiva, e
escutei várias coisas, inclusive relatos tristes. Como parece que o nível de
audição varia conforme a pessoa, eu construí o personagem lendo o roteiro e a
obra original e comparando a situação do Kouhei com as histórias que ouvi.
Kobayashi: O Taichi tem uma personalidade
fundamentalmente animada, mas esse “fundamentalmente” é difícil de transmitir. Se
fosse um personagem sombrio, teria como construí-lo a partir do fato de todos
nós já termos passado por situações em que fomos machucados. Por isso, entrando
no set de gravações, eu tentava ser alegre como o Taichi.
- Não apenas Nakazawa, como
também Kobayashi escutaram antes das gravações histórias de pessoas com
deficiência auditiva. Há algo que vocês têm usado na hora de atuar? Ou há algo a
que vocês têm dado atenção nestes momentos?
Nakazawa: Falaram-me que os sons que normalmente
ouço não são ouvidos ou então são difíceis de ouvir, como se houvesse
criptografia misturada na forma de escutar as coisas. Eu tenho atuado mantendo
isso em mente. Só que quando ouço um som alto, acabo reagindo por reflexo e
isso não é o Kouhei, né? Por isso, quando há um som alto, tenho buscado atuar
com reação de perplexidade, não sabendo de onde o som veio.
Kobayashi: De acordo com as histórias que
ouvi de quem tem deficiência auditiva, há tanto pessoas que têm mais facilidade
para ouvir sons altos, quanto pessoas que têm mais facilidade para ouvir sons
baixos, variando conforme cada um. Como para o Kouhei é a voz do Taichi que é
fácil de ouvir, eu achei que poderia manter minha voz no tom natural. Porém,
como há uma fala do Kouhei em que ele diz que é difícil escutar vozes que estão
atrás dele, eu conscientemente falo posicionando-me onde o Kouhei possa ver a
boca do Taichi.
Nakazawa: Quando encontrei a autora Fumino
Yuki antes do início das gravações, ela pediu-me para não retratar pessoas com
deficiência auditiva como se fossem dignos de pena. Eu também penso dessa
forma, e todo mundo envolvido com este dorama tem essa consciência. Seria bom se
esta obra se tornasse uma oportunidade para as pessoas descobrirem o que é ter
dificuldade auditiva.
Na segunda parte, serão abordadas
coisas como o que eles estão ansiosos por gravar.
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