Takara-kun
to Amagi-kun é o
terceiro BL da faixa Dorama Shower, criada pela MBS em parceria com a
KADOKAWA. Ele foi exibido entre agosto e outubro de 2022, com um total de oito
episódios, e conta a história de amor dos dois personagens, estudantes do Ensino
Médio, cujos nomes servem de título à obra.
Sendo bem sincero, este foi um dos
piores BLs que eu já vi na minha vida. Das obras japonesas, certamente é o
pior. Sem concessões. Tudo é tão artificial, tão pedestremente escrito, tão mal
ajambrado, que senti como se estivesse tendo um sonho febril. A única coisa que
se salva neste dorama são os personagens secundários de maior destaque: Katori
e Tanaka. O resto...
Além de ter detestado a história, a
entrevista que peguei para traduzir estava no site Drama & Movie da ORICON
NEWS que é muito pesado, muito mesmo. Tentei acessar algumas vezes pelo
notebook, mas ficou travando. Resultado? Tive de traduzir com o arquivo do Word
aberto no meu notebook e olhando para a tela do celular. Isso só me irritou
ainda mais.
Por outro lado, a entrevista em si
é interessante. Talvez um dia eu escreva uma resenha explicando os motivos
pelos quais não gostei da história. Até pensei em fazer aqui na introdução do
texto, mas fui pensando, pensando e ficaria muito longo colocar todos os
problemas neste espaço. Já está longo agora, aliás.
Enfim, sem mais delongas. O
original em japonês está aqui. Só tinha uma imagem lá, então procurei algumas
outras para quebrar um pouco em partes a entrevista porque ela é de fato muito comprida.
Achei que daria umas cinco páginas e no final foram oito. Segue a conversa:
Satō Arata do IMPACTors
& Oriyama Naō do Shōnen Ninja – Takara-kun to Amagi-kun – “Companheiros de
batalha” que conseguiram superar os obstáculos apoiando-se mutuamente
(entrevista)
Satō Arata e Oriyama Naō, dos
grupos populares da Johnny’s Jr IMPACTors e Shōnen Ninja, respectivamente,
protagonizam o dorama atualmente em exibição Takara-kun to Amagi-kun. Satō
interpreta Takara – um garoto que, apesar de fazer parte do grupo dos populares
da classe, tem baixa autoestima – e Oriyama interpreta Amagi, um estudante do
Ensino Médio que, embora simples, é fofo e puro. Os dois fazem uma boa
interpretação neste Boy’s Love agradável e doloroso. A ORICON NEWS realizou uma
entrevista com esses dois que debutaram ao mesmo tempo e se tornaram
“companheiros de batalha” através das gravações e perguntou a eles sobre
histórias de bastidores nos locais de gravação regionais em pleno verão e sobre
o que pensam um do outro.
Mesmo sendo apenas um
ensaio... Esclarecendo a verdade do “incidente do beijo” – “Eu avancei demais
devido ao meu nervosismo”
– Primeiramente, o que vocês
pensaram quando ouviram que iriam atuar juntos pela primeira vez com alguém com
quem haviam debutado?
Satō: Nós entramos juntos no mundo
do entretenimento, mas, após fazer o teste e trabalhar duas ou três vezes
juntos, logo nos separamos, então não imaginei que fôssemos atuar no mesmo
projeto. Quando ouvi do meu agente pelo celular, respondi “Hã, Oriyama!?”
(risos) com uma voz bastante alta na plataforma da estação. Eu avisei para os
membros do meu grupo também e, ao falar que faria com o Oriyama, como já havia
muitos entre eles com quem já havia atuado juntos, disseram coisas como “É
sério!?”, “É uma combinação inesperada” e “Dê o seu melhor”.
Oriyama: Eu fiquei cheio de
expectativas. Mais para o começo, nós fizemos trabalhos juntos, porém
justamente porque ultimamente tomamos caminhos diversos, não conseguia conceber
muito que trabalharíamos juntos. Estava ansioso para ver como a situação seria.
Ao começar as coisas de fato, percebi que o Arata era exatamente o mesmo de
quando o conheci, não tendo mudado em nada. É um Satō Arata que surgiu em uma circunstância
completamente nova, então fiquei com uma boa sensação de nervosismo. A tensão
de quando fizemos o teste inicial ressuscitou.
– O que vocês pensam sobre ambos estarem
carregando a responsabilidade de serem protagonistas?
Oriyama: Eu fiquei feliz. Porque desde
o meu primeiro ano do Fundamental II, ficava sempre visitando santuários, pedindo
para protagonizar um dorama.
Satō: Que fofinho (risos).
Oriyama: De lá passaram-se seis
anos e finalmente cheguei até aqui. Eu tive a experiência de protagonizar o
dorama Yarō-gumi (Koi no Yamai to Yarō-gumi) com várias pessoas, porém
atuar em uma história com 8 episódios em duas pessoas assim me deixou
extremamente feliz. Não houve pressão no geral e eu interpretei pensando como
se o Katori interpretado pelo Suzuki Kōsuke fosse o protagonista. Nesta obra, os
personagens de todo mundo estão bem delineados e são todos engraçados e
interessantes. Mais do que pensar que eu era o protagonista, vi esta obra como
um trabalho conjunto, feito não apenas pelos atores, mas também pelos
operadores de câmera, pelos iluminadores, pelo diretor etc. Eu não tive a
impressão de estar na linha de frente, mas atuei como se uma câmera estivesse
filmando meu dia a dia.
Satō: Eu também, quando ficou
decidido que eu seria o protagonista, em vez de ficar sentindo uma grande
pressão, simplesmente fiquei empolgado com a notícia. Como gosto de mangás e
animês, ao decidirem que eu estaria envolvido com um projeto baseado em uma
obra original, fiquei muito feliz. Porém, a partir daí, a pressão foi gradualmente
se impondo. Por isso, mais do que imaginava, eu não fiquei muito tenso e, sim, o
que teve mais força em mim foi justamente essa felicidade simples.
![]() |
A declaração de amor foi tão abrupta... |
– O que vocês dois sentiram quando
viram que a obra na qual atuam juntos é um BL?
Oriyama: O Satō estava sempre com o
coração acelerado (risos). Na hora de beijar também, ele estava sempre neste
estado. Talvez por nós termos começado juntos ou por termos conversado
bastante, eu não fiquei nem um pouco assim. Como ele interpreta de forma
comovida, estava sempre com o coração batendo rápido. Nos ensaios, embora o
diretor também dissesse que não precisava ter beijos, ele vinha para me beijar.
Se chega nesse nível, você se pergunta se a pessoa não estaria apaixonada por
você (risos).
Satō: Como meu nervosismo tomava demais
o controle, eu não conseguia ouvir nem um pouco a voz do diretor dizendo que
aquilo era um ensaio. Então, acabei beijando de fato. O Oriyama ficou irritado
comigo, mandando eu parar com a palhaçada.
Oriyama: Porque disseram que não
tinha problema ficar sem beijar (risos). Porque nossos lábios se tocaram completamente!
Satō: Isso aconteceu porque eu já
não estava escutando as instruções. Desculpe-me (risos).
O lado novo que
descobriram mutuamente através da atuação juntos – “Ele tem um lado assim.” “A
imagem que eu tinha dele mudou.”
– Vocês dois têm uma relação muito
boa. Houve alguma mudança na impressão que tinham um do outro antes e depois
que atuaram juntos?
Oriyama: Eu não tenho muitas lembranças
do passado, porém, de qualquer forma, no início nós estávamos dando a nossa
vida para conseguir sobreviver. Sempre entrávamos em contato para falar de
trabalho: “Você foi chamado para trabalhar nisso?”, “Eu não fui chamado”; era
essa sensação de tensão. Por isso, como até ali ainda não havia visto sua
natureza humana propriamente dita, ou melhor, a essência do “Satō Arata”, ao
atuarmos juntos, pela primeira vez descobri vários lados dele.
Satō: Pelo canal do Youtube do Shōnen
Ninja, eu peguei um pouco da ideia de como cada um deles é no geral. O Oriyama
passa uma imagem forte de alguém bastante calmo e bem resolvido, mas que, na
hora de brincar, brinca muito, e é engraçado, fazendo pensar que ela era alguém
difícil de alcançar. Porém, uma vez que você converse com ele, é uma pessoa extremamente
gentil, que ouve você com atenção. Minha imagem dele mudou um montão.
– Vocês debateram suas cenas ao
avançar nelas?
Oriyama: Debatemos bastante. Como
foram passadas bastantes partes nas quais não havia falas também, nós dois
fizemos a distribuição de papéis. O Takara do ponto de vista do Arata e o
Takara do meu ponto de vista eram bem diferentes. Como não sabíamos o que
fazer, conversamos com o diretor, lemos a obra original. Porém, como é
esperado, há partes do mundo 2D as quais, por mais que você queira reproduzir
no mundo real, não consegue fazê-lo por completo. Foram essas partes que nós
conversamos bastante sobre o que fazer. Cenas de kabe-don, para onde direcionar
a câmera etc, foi difícil, né?
Satō: Sim, sim. Isso aconteceu.
– Vocês ultrapassaram esses
problemas juntos, né?
Satō: Nós somos companheiros de
batalha.
– Então, em relação aos personagens
que vocês interpretam, vendo do ponto de vista de um parceiro, há alguma parte
que vocês sintam que um e outro se parecem?
Satō: Falando simplesmente, é a
aparência externa. Quando estávamos atuando de fato também, eu ficava pensando
que o Amagi estava ali e, quando vi o trailer, pensei mais ainda que era ele.
Mesmo lendo os comentários que fez para a imprensa, eu sentia como se o Amagi
realmente tivesse escrito. O seu visual, o tom de sua voz que passa uma
sensação de transparência, de estarmos ouvindo uma narração, isso tudo me fazia
pensar que era o Amagi. Além do uso da obra em seu formato original, através do
seu modo de atuar para corresponder ao clima de um mundo 3D, ele conseguiu
interpretar corretamente o Amagi.
Oriyama: A personalidade, ou
melhor, a forma de ver o mundo do Arata e do Takara são extremamente parecidas.
Seu lado quieto é extremamente quieto, mas, na hora que quer falar algo, ele
fala da maneira apropriada. Nessas coisas eles se parecem. Suas variações de
humor são iguais às do Takara. Nós tentávamos gravar fazendo esses links. Acho
que a sensação de tensão é parecida.
– Vocês sentem essas semelhanças
com seus personagens que estão apontando um do outro?
Satō: Mas o Takara faz parte do
grupo dos populares e eu nunca fui parte nem dos restos de um grupo desses.
Oriyama: Você fazia parte da
multidão, né? Eu também (risos).
Satō: Por isso, eu ficava me
perguntando como é fazer parte do grupo dos populares. A atitude do Takara é
ruim, mas ficava me perguntando como poderia fazer para ficar parado como um
garoto popular ou como é a percepção de uma pessoa popular quando ela está
entrando na sala de aula. Atuei pensando
um monte de coisas. Se consegui ou não, eu não sei (risos).
Oriyama: No começo, quando li a
proposta da história, vi que estava escrito na parte das características do
Amagi que ele é “reservado” e pensei “aí está!”. Isso porque eu também sou reservado
(risos). Porém, ao experimentar ler o roteiro, percebi que ele era extremamente
entusiasmado. Mesmo quando eu de fato atuei como ele, vi que realmente sua empolgação
era muito grande e o diretor também seguiu nessa linha, então houve bastantes
cenas com um entusiasmo alto. Mas, da mesma forma, ele é alguém que, na hora de
ficar para baixo, realmente fica para baixo. Esse lado também é muito parecido
comigo (risos).
Grato por uma existência com
a qual consegue compartilhar tudo, mesmo as dificuldades – “Só por estar ao meu
lado”, “Suporte ao meu coração”
– Como cada um de vocês preparou os
papéis desta obra?
Satō: O Takara é alguém calmo e
centrado, mas isso é uma imagem construída por ele ou é algo feito naturalmente?
Se lhe pedissem uma selfie repentinamente, que tipo de pose ele faria? Eu
fiquei tentando imaginar essas coisas. O que acabei de falar sobre a forma de
entrar na sala também tem a ver com isso. O quanto de confiança em si mesmo ele
tem? Pensei várias coisas. Ele está ciente de fazer parte do grupo dos garotos
populares ou não está? Fiquei matutando dentro da minha cabeça sobre esses
elementos.
Oriyama: Eu sou o tipo de pessoa
que faz, no set de gravações, tudo que é fora do básico.
Satō: A impressão foi essa mesmo
(risos).
Oriyama: (Na região litorânea que
fizemos as gravações) À noite, eu estava sempre fazendo caminhadas. Andava por
toda a cidade, pensando que era naquele local que o Amagi vivia e, no intervalo
das gravações também, dava voltas pela escola, pensado “aqui ele assiste às
aulas, e aqui também ele converse com o Takara talvez”. Enquanto imaginava
essas coisas, o Amagi entrou em mim naturalmente.
Satō: É nesse sentido que nossas
formas de atuar talvez sejam um pouco diferentes. O Oriyama é um gênio!
– Através das gravações, o que vocês
sentiram que é a parte charmosa um do outro?
Satō: Ele é realmente um
profissional. Quando nós tínhamos que gravar de repente a cena do clímax do
dorama, o Oriyama, mesmo nas cenas nas quais deveria chorar de repente, chorava
muito! Eu me perguntava como ele havia conseguido trazer esse sentimento assim.
Ele fazia de maneira apropriada as coisas que o diretor pedia, na hora que ele
pedia. Mesmo atuando enquanto pensava o quão incrível e espetacular esse cara
é, eu só ficava recebendo seu estímulo. É em um nível que você acaba querendo
perguntar o que ele está pensando no instante em que entra no personagem.
Simplesmente espetacular.
Oriyama: Mas a cena que você teve mais
dificuldade foi justamente a primeira, não? Sua dicção, o momento correto de
olhar para trás, essas coisas levaram algumas tentativas para dar certo, mas,
fora isso, foi tudo perfeito. Isso porque você estava o tempo todo em
comunicação recíproca com o diretor, com uma taxa de sincronização no nível da Unidade
Evangelion 01 (risos), quase não precisando de correções. Você estavam pensando
igual nesse nível.
Satō: (Risos) De fato, na segunda
parte (as correções) diminuíram consideravelmente.
– Acho que houve muitas cenas de
vocês dois juntos durante as gravações. Há algo que queiram agradecer novamente
um ao outro ou algum episódio em que sentiram que foram ajudados pelo parceiro
de cena?
Satō: Como nós compartilhamos todas
as cenas duras de fazer e complicadas, só de ele estar ao meu lado, eu já
ficava satisfeito. Se eu estivesse lidando com esses problemas enquanto
protagonista solo, se fosse meu eu de agora, não sei como as coisas teriam
saído. Foi um suporte para mim o fato de ter protagonizado em dupla e
compartilhado as mesmas durezas e dificuldades com alguém que entrou no mundo
do entretenimento no mesmo período e com quem tenho mais familiaridade. Só isso
já foi encorajador.
Oriyama: É justamente por termos
entrado no mesmo período que foi fácil tirar dúvidas com ele. O Arata se preocupa
bastante com as condições físicas dos outros. A equipe do set também era muito gentil
e todos os dias se preocupava comigo, porém o Arata vinha e perguntava junto
com eles se eu estava bem. Em meio às gravações em pleno verão, nós tínhamos
essa relação em que conseguíamos perguntar um ao outro se estávamos bem. Claro,
talvez outras pessoas também consigam ter esse tipo de comunicação, porém justamente
por entrarmos na mesma época isso talvez seja mais forte entre nós. Virou um
suporte para o coração.
Satō: Como o Amagi tem variações intensas
de emoções, quando acabávamos de gravar uma cena na qual ele chora de repente
ou na qual a tensão fica alta de repente, já tínhamos de gravar outra cena em
que ele estava alegre logo em seguida. Por isso, acho que psicologicamente era
tanto um papel extremamente cansativo quanto um papel que demandava energia, então
fiquei muito preocupado.
Oriyama: Houve várias cenas assim. As
lembranças familiares amargas do Amagi; uma história em que, embora fosse de se
esperar que seria muito agradável e popular, há sofrimento; e também o fato da
natureza da relação entre o Takara e o Amagi não encaixar direito. Como há
todos esses componentes que revelam a profundeza dessa obra, nesse sentido foi
uma batalha dura, porém aprendi bastante.
– Por último, do ponto de vista de
vocês, quais são os pontos de destaque dos personagens?
Satō: O Takara diz coisas que eu
normalmente não diria. Se fosse eu, não faria a escolha de palavras dele etc. Acho
que as pessoas que são meus fãs ou fãs do IMPACTors e as pessoas que me
conhecem podem se divertir com isso.
Oriyama: Quando o Amagi atinge o
pico de uma situação, há momentos em que ele entra em uma tensão
incompreensível. Como eu sou o oposto disso, foi bem difícil atuar (risos).
Gostaria muito que as pessoas prestassem atenção nesse aspecto também.
Todos os oito episódios desta obra
serão exibidos no Dorama Shower, uma nova faixa de transmissão limitada
a um ano da MBS, todas as quintas-feiras, a 1h29 da madrugada. Serão transmitidos
também da TV Kanagawa, às quintas-feiras, a 1h00 da madrugada. Além delas,
também serão exibidos nos canais Chiba TV, Television Saitama, Tochigi
Television e Gunma Television. Em transmissão online nas plataformas TVer,
MBS Dōga-izm e GYAO! atualmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário